memórias


“Longos dias após terem partido do vale e deixado a Última Casa Amiga milhas atrás, ainda continuavam subindo. Era uma trilha difícil, uma trilha perigosa, um caminho tortuoso, solitário e comprido. Agora podiam contemplar atrás de si as terras que haviam deixado, estendendo-se lá embaixo. A oeste, muito longe, onde as coisas pareciam azuis e apagadas, Bilbo sabia que estava a sua terra, de coisas seguras e confortáveis, e a pequena toca de hobbit. Teve um calafrio. Fazia um frio cortante lá em cima, e o vento soava estridente por entre as rochas. Às vezes grandes pedras despencavam pelas encostas das montanhas, libertadas do gelo pelo sol do meio-dia, e passavam pelo meio deles (o que era uma sorte) ou sobre suas cabeças (o que era assustador). As noites eram desconfortáveis e frias, e eles não ousavam cantar ou falar muito alto, pois os ecos eram esquisitos, e o silêncio parecia não gostar de ser interrompido – exceto pelo barulho da água, pelo gemido do vento e pelo trincar das pedras.”                      TOLKIEN, J. R. R., O Hobbit.
capa original da primeira edição


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Lobo pintura: http://www.etsy.com/listing/154056157/wolf-art-print-painting-wolves-timber

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